Abstract

Este artigo é o segundo de uma trilogia sobre midiativismo. No primeiro, recentemente publicado, são abordadas as origens e as condições sociais para formação de seus coletivos; no terceiro, será retratada a ideologia dos mesmos. Neste, o foco está centrado no funcionamento de tais grupos e em como enfrentam as dificuldades do ativismo e da luta pelos direitos humanos, o enfraquecimento das manifestações populares e a hegemonia da mídia corporativa. As redes de cooperação formadas entre os midiativistas, a busca por recursos para sustentabilidade e as disputas entre os grupos são considerados aspectos centrais para a compreensão do fenômeno do midiativismo e evidenciam sua influência na transformação nos modos hegemônicos de fazer audiovisual.

Highlights

  • As condições de sustentabilidade, a organização e os efeitos do midiativismo no Rio de Janeiro Marcelo Ernandez Macedo, Elis Carneiro da Silvae Barbara Bandini

  • Palavras-chave: midiativismo; comunicação alternativa, comunicação independente; Abstract: This article is the second of a trilogy about “midiativismo”

  • The focus is on the functioning of such groups, how they face the challenges of activism and the struggle for human rights, the weakening of popular manifestations, as well as the hegemony of corporate media

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Summary

INTRODUÇÃO

Em um contexto de graves violações aos direitos humanos e à cidadania, o midiativismo – aqui entendido como a produção e a veiculação de audiovisual na internet por indivíduos ou grupos com identidade vinculada ao campo do jornalismo – ganha proeminência como estratégia para a oferta de representações sociais diferenciadas em relação às mídias corporativas e para a denúncia dos abusos e ilegalidades promovidos pelo Estado e por aqueles que se aproveitam de sua ausência para extorquir e ameaçar fisicamente. Em um primeiro artigo sobre o tema do midiativismo, apresentamos as condições sociais que permitiram o seu surgimento no Rio de Janeiro. Vimos que o crescimento do midiativismo só foi possível a partir de outras experiências internacionais ocorridas num passado recente e da própria trajetória histórica da mídia independente no país; da insatisfação com as representações construídas pela mídia corporativa sobre essas violações; das próprias experiências de violências sofridas no círculo social daqueles que o adotam como estratégia e prática; e da insatisfação em relação a um Estado que cada vez mais se ausenta de suas funções sociais básicas de promoção da saúde, educação, alimentação e moradia, criando vácuos de representação política. Entendemos que a resposta a essas questões ajuda a compreender os aspectos que condicionam o desenvolvimento desse fenômeno que, como vimos, constitui-se uma das principais estratégias de proteção e denúncia na luta por direitos humanos. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003

CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE DOS GRUPOS DE MIDIATIVISMO
EFEITOS DO MIDIATIVISMO NO CAMPO DA COMUNICAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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