Abstract
O presente artigo possui o propósito de analisar a perspectiva de Florestan Fernandes sobre o papel político dos cientistas sociais, como categoria social, após sua aposentadoria compulsória da Universidade de São Paulo (USP) em 1969, por força do regime ditatorial implantado em 1964. O método de pesquisa utilizado se baseou na reconstrução dos argumentos de Fernandes em seus trabalhos da época, delimitando-se as leituras em torno de seus ensaios sobre a questão dos intelectuais. A principal tese aqui defendida assume que a análise sociológica dos cientistas sociais elaborada por Florestan Fernandes se relaciona com sua categoria teórica de contrarrevolução permanente, ideia bastante desenvolvida em suas análises da ditadura civil-militar (1964-1985). O autor produz uma verdadeira sociologia dos intelectuais, ainda hoje pouco explorada pelos intérpretes de seu pensamento, especialmente preocupada com a situação dos países periféricos e de capitalismo dependente.
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