Abstract

O rompimento da barragem de rejeitos de minério ocorrido em 5 de novembro de 2015, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, foi um dos maiores desastres ecológicos da história do Brasil. Cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram alçados ao meio ambiente, sem quaisquer perspectivas de mitigação do impacto ambiental pela mantenedora da barragem, o que confronta aos burocráticos critérios de sustentabilidade impostos pelo governo federal, estadual e municipal. Diante deste cenário, objetiva-se analisar o impacto do rompimento da barragem nos indicadores socioeconômicos e de sustentabilidade dos municípios mineiros atingidos diretamente pelos rejeitos, contrapondo aos não abeirados. Ao utilizar os métodos de análise fatorial para aglutinação das variáveis e os testes de escores de propensão e diferenças em diferenças para a análise comparada entre os municípios, foi possível perceber que o PIB per capita é bem menor entre os municípios atingidos, o que mostra um baixo desenvolvimento local entre eles. Ainda, estes municípios possuem uma maior concentração de famílias com renda de até ½ salário mínimo e menor compensação financeira por utilização de recursos hídricos. De forma a subsidiar discussões teóricas e empíricas sobre a gestão dos municípios atingidos pelos rejeitos da barragem de Fundão, o presente trabalho torna-se relevante ao analisar comparativamente os indicadores socioeconômicos entre os municípios atingidos (tratados) e todos os outros de Minas Gerais (controle), de forma a contribuir para a identificação de pontos críticos do desenvolvimento municipal ao longo dos anos.

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