Abstract

A partir do conceito de alegoria em Walter Benjamin, são propostas, neste artigo, considerações sobre os vínculos entre o desaparecimento de corpos humanos pela ditadura cívico-militar brasileira e pelas políticas de morte empreendidas, durante a pandemia de Covid-19, por seus herdeiros, hoje no poder. O argumento parte da expressão alegórica do cadáver como emblema. Em ambos os contextos, tal expressão se encontraria na própria ausência desses cadáveres. Essa ausência impede o trabalho de luto coletivo. Analogamente, propicia um esquecimento passivo sobre o qual podem se instaurar, novamente, retrocessos antidemocráticos, como os que tomam forma agora, nesta outra fase do neoliberalismo.

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