Abstract

Esse artigo analisa, para uma grande aglomeração urbana, a complexidade da dinâmica migratória. Esta complexidade se revela nas diferentes modalidades de movimentos populacionais e nas características dos indivíduos envolvidos nestes deslocamentos, assim como nos elementos estruturais que os condicionam. Baseado em dados de uma pesquisa domiciliar para a Região Metropolitana de Campinas – RMC, realizada em 2007, e nos dados do Censo Demográfico de 2010, esse estudo analisa os aspectos da mobilidade residencial (e dos indivíduos envolvidos) em várias de suas facetas, especialmente em termos das características e motivações dos atores envolvidos. Mesmo com a redução da migração externa na região, podese notar um significativo potencial endógeno de redistribuição da população em função de sua mobilidade dentro da RMC, muito embora, diferentemente de outras regiões metropolitanas, na de Campinas ainda se verifique que a migração externa, em grande medida, se direciona diretamente para a periferia. A análise de características demográficas e socioeconômicas dos que se movem (e não se movem) sugere a existência de coerência entre o que se esperaria observar para uma migração condicionada pelo fator econômico e o posicionamento da RMC no cenário nacional e estadual, assim como pelo processo de produção do seu espaço habitado. A seletividade dos migrantes, em geral, e dos intrametropolitanos, em particular, sugeremotivações diferenciadas, das quais, embora ainda não dominante, a questão habitacional se mostra relevante. O estudo também indica que, diferentemente do que ocorria no passado, a periferia metropolitana está se diversificando e incorporando cada vez mais indivíduos e família de mais alta renda.DOI http://dx.doi.org/10.20947/S0102-309820160006

Highlights

  • Baseado em dados de uma pesquisa domiciliar para a Região Metropolitana de Campinas – RMC, realizada em 2007, e nos dados do Censo Demográfico de 2010, esse estudo analisa os aspectos da mobilidade residencial (e dos indivíduos envolvidos) em várias de suas facetas, especialmente em termos das características e motivações dos atores envolvidos

  • Baseando-se nestas proposições, algumas questões poderiam ser investigadas: que indivíduos seriam mais suscetíveis a experimentar as distintas modalidades de migração? Considerando os contextos socioespaciais de destino dos migrantes, poder-se-ia dizer que os perfis desses indivíduos sugeririam a existência de distintos condicionantes para estes movimentos? Com base em estudos anteriores (CUNHA, 1994; LAGO, 2000; JAKOB, 2003; CAIADO, 2006), a hipótese é de que a assertiva para essa pergunta não apenas é verdadeira, como também ganha especificidades no caso da RMC, tendo em vista a importância da migração de longa distância sobre o crescimento das periferias tradicionais e a força que as chamadas “novas periferias”5 têm sobre o processo mais recente de expansão territorial da região

  • Também foram analisados os dados sobre os tipos de família dos responsáveis pelo domicílio migrantes, segundo modalidades migratórias, que se mostram com pouca variabilidade, embora, no caso da migração intrametropolitana, percebam-se incidência significativamente menor do arranjo “unipessoal” e maior predominância de famílias do tipo monoparental, resultado que indica novamente correspondência com uma das principais motivações dessa migração: a questão habitacional

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Summary

José Marcos Pinto da Cunha**

Para uma grande aglomeração urbana, a complexidade da dinâmica migratória. Baseado em dados de uma pesquisa domiciliar para a Região Metropolitana de Campinas – RMC, realizada em 2007, e nos dados do Censo Demográfico de 2010, esse estudo analisa os aspectos da mobilidade residencial (e dos indivíduos envolvidos) em várias de suas facetas, especialmente em termos das características e motivações dos atores envolvidos. Mesmo com a redução da migração externa na região, podese notar um significativo potencial endógeno de redistribuição da população em função de sua mobilidade dentro da RMC, muito embora, diferentemente de outras regiões metropolitanas, na de Campinas ainda se verifique que a migração externa, em grande medida, se direciona diretamente para a periferia. A análise de características demográficas e socioeconômicas dos que se movem (e não se movem) sugere a existência de coerência entre o que se esperaria observar para uma migração condicionada pelo fator econômico e o posicionamento da RMC no cenário nacional e estadual, assim como pelo processo de produção do seu espaço habitado.

Aglomerações urbanas e mobilidade populacional
Processo de metropolização e mobilidade espacial da população
Questões técnicas e metodológicas
Monte Mor
Demais municípios da RMC
Valinhos Vinhedo
Não migrante chefe
De origem interna
Tempo de residência
Algumas características demográficas da migração na RMC
Não migrante Migrante outros estados
Imigrante recente intrametropolitano
Motivações e características socioeconômicas
Migrante intrametropolitano
Superior completo
Número de municípios ou mais
Não Pobre pobre
Considerações finais
Findings
Sobre o autor
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