Abstract

Estudo qualitativo, objetivou conhecer a percepção dos usuários e profissionais de saúde sobre os fatores que dificultam a acessibilidade à Estratégia Saúde da Família. As informações foram coletadas por meio de entrevista semiestruturada junto a 27 profissionais e 16 usuários de 4 Unidades com Estratégia Saúde da Família. Como método de análise das informações coletadas utilizou-se a Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados demonstraram que, na percepção dos profissionais e usuários, os principais empecilhos para o acesso ao serviço foram a localização da unidade, as características geográficas locais, o transporte, a delimitação inadequada do território de abrangência, a falta e o despreparo dos profissionais e, finalmente, a violência urbana. Nota-se que, embora a Estratégia Saúde da Família deva ser organizada com base na perspectiva territorial, na prática, o mapeamento da situação de saúde é realizado sem que se tenha uma compreensão do território em suas múltiplas peculiaridades.

Highlights

  • This qualitative study aimed to understand how factors which hinder access to the Family Health Strategy are seen by health service users and health care professionals

  • O Sistema Único de Saúde (SUS) exige, na organização dos serviços de saúde no Brasil, a existência de uma rede de atenção à saúde articulada que possibilite o acesso universal, integral, equânime, e o mais perto possível dos usuários

  • Esse acesso deve ser assegurado em todos os níveis de atenção, de acordo com a complexidade que cada caso requeira, e para, desse modo, satisfazer as necessidades dos usuários no tocante à saúde[1]

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Summary

Território de abrangência

Ao criar uma Unidade de ESF o município deve respeitar as diretrizes impostas pelo Ministério da Saúde, dentre elas, a inserção da equipe em uma área cuja população tenha uma maior exposição a riscos sociais. Este tipo de aproveitamento da estrutura física por duas equipes foi apontado como um problema para o acesso ao serviço, já que aumenta a distância de, pelo menos, uma equipe ESF do seu território de abrangência. Outro problema relatado pelos profissionais de saúde é o fato de existir usuários do serviço de saúde que não podem ser atendidos pela Unidade da ESF mais próxima de sua casa devido à divisão equivocada dos territórios de abrangência. As “pessoas” citadas no discurso da entrevistada, ao procurarem a Unidade mais próxima de suas residências, tendem a receber diversas justificativas do serviço pelo não-atendimento como a que se segue: Eles questionam muito isso e até, às vezes querem ser atendido aqui, mas a gente é obrigado a orientá-los que tem marcação de território e que temos que estar obedecendo para que não sobrecarreguem nem uma e nem outra estratégia. Tinha que ser atendido no Posto perto da residência da gente. (Usuário 6)

Localização das ESF
Estrutura física
Profissionais de saúde
Violência urbana
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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