Abstract
Este artigo busca fazer uma análise comparativa de duas traduções da peça Acarnenses, de Aristófanes, realizadas por SILVA (1988) e POMPEU (2021), examinando ações estratégicas de tradução do texto cômico para a língua portuguesa, como resultado de uma prática ideológico-discursiva em seus contextos de tradução. Entende-se a tradução como um processo de reescrita (LEFEVERE, 2007) que dialoga não só com a Teoria dos Polissistemas (EVEN-ZOHAR, 1979) mas também com uma releitura de “resistência” (VENUTI, 2002) para pensar os processos de estrangeirização e domesticação em um tipo de composição considerado menor. Procura-se defender que o processo de domesticação faz parte de um grito de resistência, a fim de propor novas formas de considerar a comédia aristofânica em traduções no Brasil, situada à margem do que é considerado clássico ou canônico, como construção de um discurso dissidente.
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