Abstract

This paper is the result of reflections done during the meetings of the specialization program in Portuguese language teaching and art-education at URCA, Crato, Ceará, Brazil, where student teachers report their experiences and their questions or present ideas to overcome the problems faced when teaching. In the introduction, we present questions that prompt our reflections. In the second section, we approach the main setbacks faced by student-teachers in their pedagogical practices, bases on their own reports. In the third section, we present as an alternative the insertion of Bakhtin’s dialogical perspective to the reality of teachers’ educational practices, as a way to overcome the problems focused on language lessons. Such perspective is illustrated with the analysis of excerpts from a poem by Patativa do Assaré. In conclusion, the dialogue is temporarily ceased by stressing out the relevance of highlighting the intrinsic relationship between language and socio-cultural environment in order to overcome some of the problems faced, by pointing out the results already achieved through activities that highlight the dialogic nature of language and by supporting the practice of deeper and lengthy studies on this humanly heterogeneous and multiple phenomenon.Key words: language, teaching, popular poetry, culture, bakhtinian perspective.

Highlights

  • Como parte de nossa pesquisa no doutorado, idealizamos a inserção da perspectiva dialógica de viés bakhtiniano na realidade da prática pedagógica desses professores, que, em geral, corresponde à da grande maioria dos professores de ensinos fundamental e médio das escolas do sertão cearense, ou seja, uma escola simples, com poucos recursos didáticos, alunos do interior e uma Calidoscópio prática de ensino de português quase que exclusivamente restrita ao ensino de gramática normativa, a partir de textos distantes do contexto desses alunos

  • Eis algumas questões que nos incitam neste trabalho: Por que, no ensino de língua, quase não se faz análise de estilos regionais? Por que, nas aulas em que se deveria pensar e falar sobre a linguagem, ainda predomina um monologismo averso à reflexão e à discussão? Por que nós mesmos não elaboramos atividades que explorem textos de autores regionais com ênfase sobre aspectos da linguagem e da cultural local? Quais as consequências dessas práticas para a formação humanística do cidadão?

  • Um exemplo disso é a experiência de produção e o uso de um material didático para aulas de análise de textos de escritores populares cearenses orientadas pela teoria dialógica que já está sendo posta em prática por alunos-professores das nossas turmas de especialização participantes do projeto PAELLI6, cujos resultados já observados apontam para uma formação humanística de cidadãos com um posicionamento mais seguro, mais crítico e menos preconceituoso em relação à sua língua, o que vem (i) comprovar a relevância de se trabalhar com os alunos a relação intrínseca entre os estilos da linguagem e seu meio sociocultural, bem como (ii) ratificar os ganhos que podem ser obtidos pelo professor ao se adotar uma prática dialógica, seja no seu sentido mais elementar, isto é, o de fazer da aula um diálogo em que tanto professor quanto alunos têm direito à voz, seja no seu sentido mais filosófico-metodológico, a saber, o de orientar sua lida pedagógica por uma teoria que privilegia o aspecto comunicativo da linguagem, com ênfase sobre as relações dialógicas próprias dos discursos dos sujeitos situados social, cultural, histórica e ideologicamente

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Summary

Diálogos iniciais

O que ora fazemos aqui neste artigo é dar corpo e forma a reflexões, ideias, diálogos e debates que sempre acontecem nas aulas da especialização em ensino de língua portuguesa e arte-educação da Universidade Regional do Cariri (URCA). Numa parte de nossas atividades, os alunos-professores relatam suas experiências de sala de aula com a finalidade de, juntos, pensarmos alternativas para a superação de problemas relacionados, na maioria das vezes, à predominância de apressadas e infrutíferas atividades escolares restritas ao ensino de gramática normativa, frequentemente observados na prática docente dos professores de língua portuguesa da rede pública do sertão sul-cearense. Refletimos, neste artigo, portanto, sobre situações reais de sala de aula, optando por adotar como alicerce, como orientação de nossa prática, as concepções filosóficas bakhtinianas – tais como a de dialogismo como inextrincável à linguagem, a de estilo como manifestação social e a de sentido como uma construção da/na enunciação – e pensando caminhos alternativos para a superação de velhos problemas que, infelizmente, mesmo no século XXI ainda persistem em nossas escolas de ensinos fundamental e médio, os quais não deixam de estar relacionados aos problemas da nossa sociedade de modo geral. Damos ênfase às possibilidades de se explorar temáticas tais como estilo, plurilinguismo, dialogismo, cultura e sociedade, a fim de enfatizar o caráter dialógico da linguagem e desautomatizar (ou desacelerar) o seu estudo, imprimindo-lhe um aspecto mais humano e mais cautelosamente investigativo

Sobre os reveses nas aulas de português
Tons bakhtinianos nas aulas de linguagem
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