Abstract

Este artigo analisa a produção contemporânea do denominado ‘urbanismo pós-moderno’ na cidade-região de São Paulo, a metrópole global brasileira. Retoma preliminarmente os preceitos teóricos e conceituais que são fundamentais para a compreensão do significado do termo e de sua contraposição ao urbanismo moderno associado à sociedade urbana e industrial. Este percurso leva necessariamente à organização de um quadro de referências internacionais do urbanismo pós-moderno no processo de globalização de mercado, no qual se insere a produção contemporânea brasileira, em suas experiências de ‘requalificação de áreas centrais’. Após 1990, algumas experiências vêm ocorrendo em cidades brasileiras, por meio de planos estratégicos de desenvolvimento, especialmente nas cidades em que há governos com políticas sociais. Converteu-se em instrumento de competitividade de cidades e também de centros urbanos de uma mesma cidade, na tentativa de recuperar o dinamismo econômico esvaziado com a desindustrialização. Complementarmente, o artigo salienta as implicações dos modelos urbanísticos pós-modernos na fragmentação urbana e na governabilidade da cidade-região global, visto que estes centros urbanos disputam centralidade regional e competitividade global sem a convergência das escalas local e metropolitana de planejamento e gestão da cidade.

Highlights

  • This paper analyses the contemporary production of the so-called ‘post modern urbanism’ in the city of São Paulo, the Brazilian global metropolis

  • It raises the theoretical concepts that fundament and enable the comprehension of the meaning of the ‘post modern urbanism’ and its contrasts to the modern urbanism associated to the urban and industrial society. It leads to the organization of an international reference board of the post modern urbanism in the process of the market globalization, where it finds the Brazilian contemporary production of the post modern urbanism with its experiences on the ‘redevelopment of central areas’

  • This kind of redevelopment is occurring in some Brazilian cities since 1990, specialy in those ones with social oriented governments with strategic developing programs

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Summary

A fragmentação urbana da cidade-região de São Paulo

Como se depreende do capítulo anterior, cumpre diferenciar a cidade de São Paulo, propriamente dita, com seu complexo de subcentros internos, da metrópole, que compreende o centro paulistano e as demais cidades que integram a área metropolitana. Esta noção de complexidade urbana é mais adequada, pois não se trata de uma cidade somente, mas de uma área geográfica que tem o município paulistano como centro metropolitano, com forte impacto no crescimento e desenvolvimento da região ou conjunto de cidades integradas à metrópole. Considerada a competitividade entre os diversos centros urbanos para participarem do sistema econômico globalizado, a requalificação de áreas centrais vem se reproduzindo na disseminação e pulverização de políticas de centralidade, o que, no conjunto, não se caracteriza como planejamento estratégico da cidade-região, mas como competição entre lugares (centros) pelas melhorias urbanas para o desenvolvimento. Tende-se à multiplicação de centros urbanos, sem a correspondente organização do sistema de cidades e de competitividade urbana; na cidade-região, por sua vez, tende-se à fragmentação urbana e regional e ao enfraquecimento de políticas integradas de infra-estrutura, geralmente de responsabilidade dos governos estaduais que cuidam das regiões de desenvolvimento urbano. Como não é o que ocorre, desponta a necessidade da inversão de foco, do local para o regional, visando a fortalecer a cidade-região, bem como seu complexo regional composto das demais cidadesregião da periferia expandida da metrópole

Questões de governabilidade na cidade-região de São Paulo
Manifestação do urbanismo pós moderno na cidade-região de São Paulo
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