Abstract

A tradição da ruptura e as tensões dissonantes em torno da modernidade lírica instauraram a crise como elemento fundador da experiência moderna. Inovações e experimentalismos na composição poética feitas a partir de categorias negativas, anormais e obscuras se firmaram como marcas dessa poesia desde Baudelaire e em seus herdeiros. Os vestígios da crise de verso e das cisões instauradas no modo de sentir lírico da modernidade se unem às tendências da inespecificidade da arte, da desterritorialização, da desconstrução e do hibridismo sintomáticos de poéticas contemporâneas. Carlito Azevedo é um dos principais nomes da recente lírica brasileira cuja obra poética causa, simultaneamente, estranhamento e fascínio em seus leitores pelo seu caráter inespecífico. Na tentativa de investigar a obscuridade intencional presente nos experimentos do poeta fluminense, principalmente mantendo os olhos fixos nos tempos, discursos e elementos utilizados como matéria de poesia, faremos um exercício de leitura de algumas passagens do Livro das postagens, publicado em 2016, composto de dois poemas que põem em xeque a própria noção de poesia lírica.

Highlights

  • Esses enxertos e ajuntes presentes no livro de Carlito Azevedo podem ser lidos pela óptica dos acontecimentos, tais como um puro devir e que criam singularidades

  • The tradition of rupture and the dissonance tension around lyric modernity establishes the crisis as the founder element about modern experience

  • Innovations and experimentalisms in poetic composition made by negative, abnormal and obscure categories signed as brands of that poetry since Baudelaire

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Summary

Introduction

Ler a poesia de Carlito Azevedo sobre o prisma da inespecificidade, tal como entende Florencia Garramuño (2014), significa perceber que as práticas artísticas presentes em seus poemas questionam a especificidade de um meio no momento em que sua lírica se apodera de outros suportes que se entrecruzam, rompendo as fronteiras entre os campos. Na visão de Ítalo Moriconi (2014), Carlito Azevedo e Arnaldo Antunes são nomes exponenciais da recente poesia brasileira que deram uma guinada cosmopolita (eixo Rio-São Paulo) com a criação de poéticas ligadas às informações referenciais, típicas da cultura concretista paulista.

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