Abstract

A passagem bíblica de Lucas 16, 19-31 é uma das mais citadas e discutidas do Novo Testamento. No entanto, quando analisada a partir das relações engendradas na sequência dos fatos narrados, uma série de programas narrativos pressupostos contribui para a elucidação do sentido desse texto. Esta pesquisa, portanto, analisará a referida passagem a partir da perspectiva da semiótica greimasiana. O método pretende desvelar o percurso gerativo de sentido e destacar os elementos intratextuais, que perfazem o trajeto de construção da significação da passagem. Ele permite analisar suas estruturas superficiais e profundas: vai do simples ao complexo, do mais abstrato ao mais concreto. Pode assim evidenciar as oposições semânticas a partir das quais se constitui o sentido do texto e a sua categoria semântica fundamental. O método tem potencial para representar a organização relacional entre as condições sociais dos sujeitos da narrativa. Além disso, fornece um suporte metodológico neutro que evita conclusões antecipadas e tendenciosidades. A análise da intertextualidade completa o processo iniciado com a Semiótica greimasiana. Isso porque uma leitura atenta de Lc16,19-31 não ignorará seu contexto imediato e mais amplo: Lucas e Atos lidos sequencialmente. Situando a parábola nessa narrativa mais ampla, os leitores de Lucas poderiam perceber elementos conectivos, ligando a história contada por Jesus ao que estava acontecendo na igreja primitiva. Assim, na boca de Jesus a história do rico e do mendigo foi contada como uma crítica à avareza, mas, no plano redacional de Lucas foi usada para desafiar os crentes a se envolverem com o cuidado dos pobres.

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