Abstract

Este trabalho, à luz da Teoria dos Sistemas Dinâmicos, Adaptativos Complexos (BECKNER et al., 2009; DE BOT et al., 2013; SILVA, 2014), visa a investigar a premissa de que uma mudança em qualquer parte do sistema linguístico pode gerar alteração nas suas outras partes componentes. A partir desta premissa, conduziu-se um estudo de cunho longitudinal. O estudo contou com um aprendiz trilíngue, residente no Brasil, falante do espanhol (variedade mexicana) como L1, inglês como L2 e português como L3. Tal estudo contou com instrução formal, de base comunicativa e articulatória, sobre sons vocálicos do Português Brasileiro (L3). Através da instrução formal, visou-se a causar uma modificação acelerada no sistema fonético-fonológico de L3 do aprendiz, para se verificar se tal modificação ocasionaria efeitos sobre a sua L1 (Espanhol) e a sua L2 (Inglês). Verificou-se, para esse fim, a duração das vogais tônicas nas três línguas. A instrução deu-se ao longo de 4 meses, com uma aula de 90 minutos por semana. As coletas contaram com listas de palavras nas três línguas referidas, e ocorreram anteriormente ao período de instrução, durante (a cada 4 semanas) e ao término da instrução formal, de modo a totalizar 5 coletas com o participante. Os achados deste estudo longitudinal evidenciaram que as alterações nas durações das vogais do português (L3), aceleradas pela instrução fornecida, causaram alterações nas durações vocálicas (absoluta e relativa) das demais línguas, devido à interconexão dos sistemas do falante multilíngue. 

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