Abstract
O substrato informacional das imagens digitais, a par da conectividade global, introduz novas dinâmicas que, além de derivações formais e discursivas, evocam um efeito de rede. Tais possibilidades de transcodificação, combinação e fluxo, aplicam-se aos diversos domínios da sociedade, incluindo as metodologias de estudo do visual. Com base em conceitos e exemplos, que cruzam arte, ciência e tecnologia, o artigo aborda como a mediação digital, assente em sistemas computacionais e em inteligência artificial utilizados como amplificação, técnica e estética, consolida o regime de visualidade contemporâneo, produto da sinergia entre o olhar humano e a visão artificial. Este estudo insere-se no âmbito da investigação doutoral em arte multimédia, com vista a desenvolver um modelo participativo de visualização de memórias coletivas.
Highlights
The informational core of images, together with global connectivity, introduce a new set of practices that, in addition to formal and discursive derivations, produce a network effect
Driven by concepts and examples, which combine art, science and technology, the article addresses how digital mediation, based on computer systems and artificial intelligence applied as techniques for cognitive and aesthetic amplification, consolidate the contemporary visuality regime, as a product of the synergy between the human and artificial vision
No âmbito da investigação doutoral em arte multimédia, com vista a desenvolver um modelo participativo de visualização de memórias coletivas, o presente artigo procura elaborar uma leitura da imagem digital enquanto campo multidimensional de produção e estudo do visual, impulsionado por novos modelos e práticas
Summary
Com a introdução do computador e da tecnologia digital, a imagem passa a constituir-se como um sistema binário de informação e deixa de estar vinculada a um meio de registo e apresentação, libertando-se da relação indexical e simbólica face ao referente. Dado que qualquer estímulo físico é passível de ser convertido em informação, pode ser traduzido para qualquer formato e ser manipulado através de diversos parâmetros – inclusivamente por parte do utilizador com recurso à interatividade. A produção artística processual que decorre desta premissa traduz-se, por essa razão, numa maior parametrização do pensamento criativo para ser executado por máquinas, em particular com recurso a modelos de repetição, complexidade, e redundância, introduzidos pela Cibernética e pela Inteligência Artificial, potenciando a variabilidade de formalizações que a informação pode alcançar através da execução de algoritmos (GIANNETTI, 2012). Claudia Giannetti (2012) encara a estética digital como a sinergia entre arte, ciência e tecnologia, decorrente da afirmação das tecnologias digitais e de telecomunicações aliadas às correntes científicas da Cibernética, da Teoria da Informação, da Teoria dos Sistemas e da Inteligência Artificial, todas elas apoiadas na informação como parâmetro central. A transcodificação constitui a operação mais relevante dos sistemas digitais, pois refere-se à tradução e miscigenação de diferentes formatos para diferentes dispositivos sendo, em grande medida, responsável pela naturalização da estética digital nas nossas vidas
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