Abstract

A Liga de Educação Cívica da Bahia, grupo da sociedade civil destinada a promover campanhas cívico-patrióticas na capital do estado, elaborou e fez circular uma série de discursos e práticas bastante concretas de intervenção na educação, especialmente voltados ao público escolar infantil e seus principais agentes, os professores. O objetivo deste trabalho é investigar tais iniciativas, de modo a perceber a formação de um imaginário social forjado em torno da escola que a associava a um ideário de patriotismo durante a Primeira República brasileira. Para fins do estudo proposto, fundamentamos nosso entendimento do significado de educação cívica nas formulações de Ângela de Castro Gomes (2009) e Joaquim Pintassilgo (2013), associadas à teoria de difusão dos ideários nacionalistas como construída em Benedict Anderson (2008) e Eric Hobsbawm (1990). A interpretação das fontes guiou-se pelos princípios da análise do discurso de Michel Foucault (1996) e sua busca, seleção e ligação analítica foram tecidas conforme o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (1989). O exame dos documentos demonstrou que sob uma retórica cívico-patriótica, a Liga de Educação Cívica legitimou um imaginário de intervenção na escola sob a justificativa de defesa da nação, muitas vezes suprimindo possibilidades de livre exercício da docência – contexto que pode nos ajudar a compreender fenômenos educacionais de nossa atualidade.

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