Abstract

Neste artigo de caráter bibliográfico discute-se a interface entre a midiatização e a infância à luz da racionalidade neoliberal, dando especial ênfase aos processos de empobrecimento da linguagem e dessimbolização do imaginário ocorridos no contexto contemporâneo. Em consonância com Dardot e Laval (2016), entende-se o neoliberalismo como uma racionalidade que transborda os limites do mercado e transversaliza as diferentes instituições, fenômenos e relações sociais. Na primeira seção discorre-se sobre o fenômeno da midiatização da infância, buscando identificar de que modo as normas neoliberais fazem-se presentes nesse processo. Na segunda seção, analisa-se a inter-relação existente entre midiatização, o empobrecimento da linguagem e as mutações no imaginário. À guisa de conclusão, aponta-se que as mídias digitais consistem em uma estratégia eficiente de produção da subjetividade neoliberal, na medida que permitem a interiorização de normas de conduta, desenvolvimento de hábitos psíquicos que almejam a satisfação imediata e o apelo ao consumo. Essas mudanças, por sua vez, refletem no empobrecimento do imaginário que, consequentemente, torna-se um empecilho na busca de racionalidades alternativas ao neoliberalismo. 

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