Abstract

A obra de Paulina Chiziane dá voz ao eu coletivo da mulher negra e moçambicana. Interroga a existência miserável do eu feminino negro cujo destino é submeter-se e resignar-se ao sofrimento. As mulheres têm um papel relevante na preparação e manutenção dessa existência do eu feminino após a sua compra, ou lobolo, que o escraviza à vontade de um marido polígamo. Neste percurso, o eu feminino depara-se com a inevitabilidade de uma felicidade efémera e um sofrimento atroz. Em Balada de Amor ao Vento, a protagonista conta a sua existência, que oscila entre a ilusão e a desilusão, a fortuna e a miséria, e um desejo insaciável de amar. Sarnau denuncia o destino traçado pelas tradições e costumes para o eu feminino em que o sonho e a fantasia são a sua única escapatória. O vento indomável será a vela da sua vida e a água - o rio, o mar e a chuva - o espaço da mudança de um destino que renega em busca do amor.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call