Abstract

Este artigo tem por objetivo investigar como a materialidade do espaço escolar interferiu na prática educacional da Escola de Aprendizes Marinheiros da Paraíba nos primeiros anos do vigésimo século. Esta instituição se expandiu pelo Brasil, ainda no Império, com a tarefa de formar crianças pobres e desvalidas em marinheiros. Enquanto colégio interno, ofereceu um cotidiano disciplinar, proporcionando ensino elementar, náutico e físico responsável por adestrar os corpos dos aprendizes. Metodologicamente, utilizamos a análise do discurso a partir de Michel Foucault (2014), na intenção de perceber as vontades de verdade contidas nos escritos sobre a referida escola. Para tanto, analisamos o Livro de Copiador de Ofício (1908-1912), que continha queixas elaboradas pelo comando da escola sobre a ausência de acomodações e um ambiente satisfatório para as práticas educativas. Nos apropriamos das categorias de disciplina de Michel Foucault (2018) e de espaço-escola de Agustín Escolano (1998), para compreendermos as limitações do edifício escolar e de sua localização. Conclui-se que a referida instituição procurou caminhos para melhorias em suas instalações e adaptou seus métodos de ensino de acordo com a realidade vigente, almejando a formação de marinheiros em funcionamento.

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