Abstract
Esta pesquisa partiu de três objetivos: mapear enunciados sobre a relação entre diferença e educação escolar em documentos que a normatizam e/ou orientam; Analisar os enunciados mapeados e a formação discursiva que configuram; Problematizar a inserção e o uso biopolítico dessa formação discursiva nos currículos escolares contemporâneos. Para selecionar os documentos e mapear enunciados foi utilizada a cartografia. O corpus tem quarenta e oito documentos, internacionais e nacionais, relacionados à diferença e/ou à educação ou a ambas. Para as análises foi utilizada a arqueogenealogia. Os enunciados mapeados foram: Humano, Igualdade-Equidade, Tolerância, Diversidade-Diferença, Inclusão, Liberdade, Democracia, Cidadania e Educação escolar. Foram descritas oito condições de possibilidade de emergência destes enunciados: Pós-modernismo/Pós-modernidade, Fundação da ONU, Promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Estado de bem-estar social (Keynesianismo), Lutas de movimentos sociais reivindicatórios e/ou contestatórios, Expansão e aceleração da globalização, Expansão do modelo de democracia liberal, Redemocratização do Brasil e promulgação da Constituição Federal de 1988. O Argumento é o de que está em curso, em nível global, a criação de uma arte de governamento do desejo e da diferença, pois, ao atravessar os currículos escolares a formação discursiva, configurada pelos enunciados mapeados, recalca o desejo sob subjetividades e reduz a diferença à diversidade, possibilitando o governamento simultâneo do desejo e da diferença via educação escolar.
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