Abstract
Com base no estudo de 179 testamentos e de 130 inventários, discutiremos alguns tópicos acerca da circulação de artefatos na vila de São Paulo, entre 1580 e 1640, focando as vestimentas. Partindo do pressuposto da importância das aparências no Antigo Regime, analisamos o trânsito dessa categoria de artefatos, estimulado pelas cláusulas testamentárias, na tentativa de compreender os sentidos atribuídos às peças e a sua movimentação. Para tanto, traçamos um quadro geral e resumido das vestimentas registradas nos patrimônios arrolados nos inventários, observando modelos e matérias primas de que eram feitas tais peças de roupa, bem como os valores atribuídos nas avaliações e o peso que esses elementos materiais da cultura representavam nos monte-mores paulistas. Em seguida, nos debruçamos sobre registros de últimas vontades que colocavam em circulação peças de roupas, observando os circuitos pelos quais passavam tais peças e os sentidos dessa circulação.
Highlights
Based on the study of 179 wills and 130 inventories, we will discuss some topics about artifact’s circulation in São Paulo village, from 1580 to 1640, concentrating in the garbs
Assuming the importance of the Old Regime appearances, we will analyze the transit related to this artifacts category, stimulated by testamentary clauses, to understand the meaning attribuited to the objects and their transit
We did an overview fo the garbs registered in the enrolled assets in inventories, observing how the models and raw materials were made like the clothes, as well the assigned values in the ratings and the importance those materials elements of the culture represented in São Paulo’s patrimonies
Summary
Tomamos como hipótese geral a ideia de que a formação e a manutenção dos patrimônios materiais na vila de São Paulo, no período inicial da colonização (final do século XVI e início XVII), dependiam da inserção e do bom posicionamento do indivíduo em redes de sociabilidades, pelas quais circulavam objetos e bens, sendo estas redes condicionadas pela constante e intensa mobilidade. Apesar disso, é necessário observar que Catarina possuía uma quantidade grande de roupas, em comparação com as outras mulheres do período, bem como itens importados e outros feitos de tecidos nobres. No inventário de João do Prado, falecido em 1597, no mesmo ano em que escrevera seu testamento, feito na vila, cujo monte-mor somou 285$190 (duzentos e oitenta e cinco mil, cento e noventa réis), encontramos algumas peças de roupas: uma camisa nova de pano de linho (avaliada em mil réis); uma camisa de pano de algodão com seus abanos (mil e duzentos réis); uns calções pretos velhos (trezentos e vinte réis); um ferragoulo de pano tosado (dois mil e quatrocentos réis); umas botas (mil réis); chinelas de cortiça novas (trezentos e vinte réis) outras chinelas usadas (duzentos réis). Infelizmente, a terça de Pedro não foi suficiente para cumprir esses desejos
Published Version (Free)
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have