Abstract

Este texto discorre sobre a epidemia de gripe espanhola em Salvador, capital da Bahia, Brasil. A pandemia que varreu o mundo entre 1918 e 1919 se disseminou na cidade a partir de setembro de 1918. Neste artigo objetiva-se analisar a disseminação da doença em diferentes distritos da cidade e se os efeitos da crise econômica e as condições materiais de existência da população interferiram no adoecimento e morte dos soteropolitanos, especialmente dos trabalhadores pobres e dos miseráveis. Esta reflexão se apoia em fontes primárias como jornais, artigos médicos publicados em periódicos especializados, relatórios de inspetores sanitários, livro de registro de óbitos, dentre outras.

Highlights

  • This text discusses the Spanish flu epidemic in Salvador, capital of Bahia, Brazil

  • This article aims to analyze the spread of the disease in different districts of the city and whether the effects of the economic crisis and the material conditions of existence of the population interfered in the illness and death of the soteropolitanos, especially of the poor workers and of the miserable

  • As epidemias não fogem a uma espécie de dramaturgia que, em linhas gerais, parece se repetir ao longo da história: uma doença surge misteriosamente em um determinado lugar e há um esforço para ignorá-la ou ocultá-la; a admissão de uma epidemia só acontece quando há um expressivo número doentes e mortos e se torna impossível negá-la; inicia-se, então, por pressão da sociedade, dos meios de comunicação ou até pelo crescente número de doentes e mortos, o processo de aceitação, de reconhecimento e posterior construção de uma base de conhecimentos para lidar com ela e administrar as medidas de saúde pública; a doença, por fim, declina e desaparece, quase tão misteriosamente quanto apareceu, podendo, por vezes, se tornar endêmica

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Summary

Christiane Maria Cruz de Souza*

Resumo: Este texto discorre sobre a epidemia de gripe espanhola em Salvador, capital da Bahia, Brasil. A pandemia que varreu o mundo entre 1918 e 1919 se disseminou na cidade a partir de setembro de 1918. Neste artigo objetiva-se analisar a disseminação da doença em diferentes distritos da cidade e se os efeitos da crise econômica e as condições materiais de existência da população interferiram no adoecimento e morte dos soteropolitanos, especialmente dos trabalhadores pobres e dos miseráveis. Esta reflexão se apoia em fontes primárias como jornais, artigos médicos publicados em periódicos especializados, relatórios de inspetores sanitários, livro de registro de óbitos, dentre outras. Palavras-chave: epidemia; gripe espanhola; trabalhadores; pobres; Bahia

Christiane Maria Cruz de Souza
Considerações finais
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