Abstract
Entre o final do século XIX e os anos 1910, com o crescimento vertiginoso da cidade de São Paulo, a habitação dos trabalhadores foi tema de discussões médicas e de propostas governamentais, além de pauta recorrente de jornais que, em nome dos trabalhadores ou operários, denunciavam a situação precária das moradias de muitos dos habitantes da cidade. Este artigo discute a casa operária na capital do estado de São Paulo nos contextos da ameaça de peste bubônica em 1899, do surto de varíola de 1908 e da epidemia de gripe espanhola, privilegiando as considerações dos jornais “independentes”, anarquistas ou libertários e, no caso da gripe de 1918, aquelas do O Combate, jornal da grande imprensa cujo lema era “independência, verdade e justiça”. Nesses jornais, a ciência, traduzida em proposições médicas, embasou críticas sociais e ao governo, e a divulgação, para os trabalhadores, do ideal da casa salubre e da importância das práticas higiênicas para a manutenção da saúde nesses períodos epidêmicos.
Highlights
Desde a virada para o século xIx, no contexto das intervenções urbanas realizadas na Europa, que a casa do trabalhador se tornou uma preocupação de médicos-higienistas e de autoridades governamentais
From the late nineteenth century to the 1910s, with the rapid growth of the city of São Paulo, housing for workers was the theme of medical discussions and government proposals, as well as a recurring theme in newspapers that, in the name of the workers, denounced the precarious living conditions of many of the city’s residents
Science, translated into medical propositions, supported social and government criticism and spread among workers the ideal of a healthy home and the importance of hygienic practices in order to remain healthy during these epidemics
Summary
Defendida por médicos e engenheiros como de suma importância para evitar a propagação de doenças, a canalização ou o destino correto de dejetos parecia ainda mais urgente depois da peste bubônica; pelo menos era o que insinuava o artigo. No início do século XX, quando já eram editados periódicos libertários em português, que o editor da Folha do Braz aderiu ao anarquismo.[27] Edgard Leuenroth tornou-se um dos principais militantes anarquistas do Brasil, participando de associações de trabalhadores, congressos operários, movimentos grevistas e criando jornais que, propagandeando teses do anarquismo e o anticlericalismo, denunciavam mazelas sociais e difundiam iniciativas para bem formar e mobilizar os trabalhadores.[28] O título do texto inaugural do jornal A Plebe (1917), poderia traduzir o que impulsionava suas ações: “A que vimos. As esquerdas no Brasil: A formação das tradições (1889-1945). v
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