Abstract

O Estado de Minas Gerais permanece como o maior produtor de leite do Brasil, apesar da clara estagnação em termos da sua capacidade produtiva. O presente artigo teve por objetivo analisar as características socioeconômicas e as práticas de gestão e manejo dos produtores de leite com e sem familiar trabalhando junto consigo na atividade leiteira. Utilizou dados secundários referentes aos Censos agropecuários de 1975, 1995, 2006 e 2017 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), como também, dados primários gerados a partir de um survey aplicado a 1.611 produtores de leite. A perspectiva teórico-analítica do estudo pautou-se na concepção de prática, compreendida como habitus herdado e adquirido. Os resultados da pesquisa revelaram diferenças entre os dois grupos de produtores analisado em termos: 1) do perfil socioeconômico; 2) do tipo de mão- de-obra empregada na propriedade; 3) da faixa de produção diária de leite e, 4) da diversificação das atividades econômicas. Entretanto, o perfil tecnológico de ambos os grupos de produtores não evidenciou contrastes expressivos. Concluiu-se que, embora tenha havido redução no número de estabelecimentos que praticavam a atividade leiteira, em Minas Gerais, entre 1975 e 2017, foi predominante entre os que permaneceram, a presença de familiar de outra geração trabalhando junto com o produtor na atividade. Embora as práticas de gestão e manejo do rebanho não tenham sido características de uma racionalidade econômica, os produtores com familiar o sucedendo na atividade leiteira apresentaram maior tendência à práticas pautadas pela racionalidade econômica.

Highlights

  • Intergenerational sharing in dairy farming in Minas Gerais Abstract The State of Minas Gerais remains the largest milk producer in Brazil, despite the observable barriers in its productive capacity

  • Secondary data referring to 1975, 1995, 2006, and 2017 agricultural census of IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics), as well as primary data generated from a survey applied to 1,611 milk producers

  • There was a reduction in the number of establishments that practiced the dairy activity, in Minas Gerais, between 1975 and 2017, among those who remained in the activity there was no lack of a family member of another generation working with the producer

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Summary

Introdução

A questão da sucessão nas propriedades rurais, de uma forma geral, e nas propriedades leiteiras, de uma forma específica, vem sendo tratada como um problema pelas políticas públicas e, também, por muitos estudiosos da sociologia rural (CARNEIRO, 2001; SACCO DOS ANJOS, CALDAS 2004; BOSCARDIN, CONTERATO, 2017). A questão que se procura discutir neste artigo se foca de forma mais direta nas práticas que estão sendo implementadas para assegurar a continuidade da atividade leiteira nas propriedades rurais, mais do que sobre os padrões sucessórios. Segundo os dados divulgados no anuário de leite da Embrapa, existiam 223 mil produtores rurais atuando na atividade leiteira em Minas Gerais, em 2018. Nota-se grande heterogeneidade no setor, em termos de: tamanho dos estabelecimentos; sistema de ordenha; tipo de gestão; práticas de nutrição do rebanho; assim como a qualidade genética e os aspectos referentes à sanidade do mesmo, tal como constataram as pesquisas realizadas em Minas Gerais pelo INAES (2010) e EMBRAPA (2018). A última parte do artigo destaca as principais conclusões do estudo

Referencial Teórico
Material e métodos
Perfil socioeconômico
Perfil produtivo dos produtores de leite
Características do rebanho
Práticas de gestão do rebanho
Administração financeira da propriedade
Considerações Finais
Brasília
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