Abstract
A analítica queer comumente relacionada a estudos de gênero é uma abordagem conceitual recente. Este artigo objetiva principalmente trazer à tona essa perspectiva pouco explorada na análise crítica do campo organizacional. Os principais conceitos e princípios relacionados às ideias contidas no pensamento queer são apresentados, e discutem-se as principais diferenças entre a analítica queer e os estudos modernistas de gênero. A analítica queer está fundamentada em Foucault que defende uma visão pós-identitária e fragmentada em relação ao pensamento identitário/binário hegemônico sobre a sexualidade e os estudos de gênero. Tal visão é fundamental para o fomento de resistência e desenvolvimento de práticas organizacionais locais e empíricas que possam promover uma atuação e intervenção diante das práticas opressivas direcionadas não só à sexualidade, mas também a outras formas de opressão no local de trabalho. Conclui-se que a emancipação das práticas hegemônicas de poder contemporâneas reside na visão pós-identitária e não binária de mundo como possibilidade de contribuição para a construção de uma nova realidade social nas organizações, realidade esta que possa combater os dispositivos de biopoder relacionados não somente à sexualidade, mas também aos demais dispositivos de poder.
Highlights
Este artigo objetiva principalmente trazer à tona uma perspectiva crítica de análise pouco explorada nos estudos organizacionais brasileiros, conhecida como teoria queer (FOURNIER; GREY, 2007), ao mesmo tempo que se problematiza a utilização dos termos “teoria” e “gênero” sob essa perspectiva crítica de análise
The Analytical Queer commonly related to gender studies is a recent conceptual approach
The main concepts and principles related to the ideas contained in queer thought are presented, and the main differences between the analytical queer studies and modernist studies about gender are discussed
Summary
Este artigo objetiva principalmente trazer à tona uma perspectiva crítica de análise pouco explorada nos estudos organizacionais brasileiros, conhecida como teoria queer (FOURNIER; GREY, 2007), ao mesmo tempo que se problematiza a utilização dos termos “teoria” e “gênero” sob essa perspectiva crítica de análise. Este trabalho difere-se dos outros relacionados à teoria queer desenvolvidos principalmente por Louro (2004, 2008), Lara Neto (2007), Miskolci (2007), De. Lauretis (1987), Irigaray (2007a, 2007b, 2008) e Pino (2007), por entender que Foucault (1984, 1985, 1988, 1999) não desenvolveu uma teoria, mas sim uma analítica sobre o poder, exatamente para fugir da construção de metanarrativas, presentes nos estudos estruturalistas. A teoria queer objetiva analisar a presença de uma visão pós-identitária, enxergando-se a fragmentação como uma possibilidade para um maior engajamento na construção de práticas organizacionais, localizadas e empíricas, que promovam atuação e intervenção diante de práticas opressivas direcionadas à sexualidade, por meio da análise de dispositivos de poder, principalmente os dispositivos da sexualidade e do trabalho. A analítica queer será apresentada, demonstrando o que a diferencia das perspectivas de análise de gênero anteriormente descritas
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