Este artigo objetiva refletir criticamente sobre a produção na literatura a respeito do adoecimento mental de mulheres em relação ao ciclo reprodutivo feminino, com destaque para marcadores sociais como raça e classe social. Trata-se de um recorte da revisão de literaura de uma tese que selecionou 80 artigos, correspondente à categoria “ciclo reprodutivo”, totalizando 22 artigos. Na introdução fazemos uma retomada histórica da associação do ciclo reprodutivo à saúde mental feminina, advinda de uma leitura essencialista da mulher e da medicalização de seu corpo. Como referencial teórico, adotamos a Psicologia Social Construcionista e o Feminismo Interseccional. A pesquisa foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde e caracteriza-se como revisão de literatura integrativa. Na seleção consideramos artigos em inglês, português e espanhol no período entre 2014 a 2018. Os textos foram divididos em subtemas relacionados ao objetivo do artigo, considerando o transtorno mental e algum período do ciclo reprodutivo feminino. Os achados da revisão enfocam os determinantes sociais envolvidos no adoecimento feminino, como pobreza, sobrecarga de trabalho e violência. Concluímos que as informações do estudo permitem desessencializar o adoecimento mental feminino, indicando que as atribuições sociais às mulheres têm sido fonte de adoecimento para elas.
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