OBJETIVO: Determinar se a utilização de salbutamol, em uma mistura de hélio-oxigênio (80:20), modifica a evolução e o risco de internação em pacientes pediátricos. MÉTODOS: Delineado estudo de coorte controlada que incluiu pacientes de 2 meses a 12 anos de idade, com diagnósticos de crise de asma ou bronquiolite viral. Intensidades caracterizadas de moderada a grave, aferidas através de escore clínico (pulmonary index, PI) para doença obstrutiva. Foram considerados elegíveis escores > 8. Vinte pacientes constituíram o grupo Heliox® e 40 o grupo Oxigênio. Os pacientes receberam sequencialmente, em intervalos de 20 min, até completar seis nebulizações (período de 2 h): salbutamol 0,15 mg/kg/dose (máximo 5 mg). A droga utilizou como veículo gerador do aerossol a mistura de Heliox® (80:20) ou oxigênio a 100%. Os pacientes com diagnóstico de crise aguda de asma receberam, adicionalmente, prednisolona (2 mg/kg) via oral. RESULTADOS: Onze pacientes do grupo Heliox® permaneceram necessitando de tratamento na 6ª h de atendimento, enquanto que no grupo que recebia nebulização veiculada em oxigênio, esse número foi de 38 (p = 0,034). Na 12ª h, 7 pacientes do grupo Heliox® permaneciam em observação, enquanto no grupo Oxigênio foram 27 (p = 0,02). Diferenças quanto à necessidade de suplementação de oxigênio foram observadas apenas na 6ª h de tratamento (p = 0,02). CONCLUSÕES: Heliox® (80:20), para administração de salbutamol, é efetivo no tratamento da doença obstrutiva infantil que apresente resposta à terapêutica broncodilatadora. Comparado à técnica usual de nebulização, está associado à menor permanência em sala de observação após 6 h de tratamento.