Em um levantamento, feito no período de agosto de 2009 a novembro de 2010, sobre as plantas tóxicas para ruminantes e equídeos no Cariri Cearense (municípios de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Missão Velha), foram realizadas 21 entrevistas a produtores, médicos veterinários, engenheiros agrônomos e técnicos agropecuários. As intoxicações por Ipomoea asarifolia, mencionada por 38% e 19% dos entrevistados como tóxicas para bovinos e ovinos, respectivamente, e Enterolobium contotisiliquum, mencionada como tóxica para bovinos (47,6% dos entrevistados) e ovinos (4,7%) foram as mais frequentemente mencionadas. Ocorrem, também, na região, intoxicações por Mascagnia rigida (mencionada por 38% do entrevistados), Anadenanthera colubrina var. cebil (=A. macrocarpa) (14%), Ricinus communis (14%), Thiloa glaucocarpa (9%) e Sorghum halepense (4%) em bovinos, Brachiaria decumbens em ovinos e bovinos (38%), Mimosa tenuiflora em ovinos, caprinos e bovinos (38%), Manihot spp. em bovinos e caprinos (28%) e Leucaena leucocephala em ovinos e equinos (4%). Seis plantas não conhecidas anteriormente como tóxicas, mas mencionadas como causa de intoxicação pelos entrevistados, foram testadas experimentalmente em diferentes doses. Somente Casearia commersoniana resultou tóxica para caprinos na dose diária de 20g kg-1 de peso vivo por 2-4 dias. Os sinais clínicos, semelhantes aos descritos pelos produtores, foram de relutância em movimentar-se, meteorismo discreto, polaquiúria, vocalização, ingurgitamento da jugular e pulso jugular, andar cambaleante, quedas, espasticidade dos membros, movimentos de pedalagem, opistótono, taquicardia e taquipneia, seguidos de bradicardia e bradipnéia. A morte ocorreu 6 e 19 horas após o início dos sinais. Não foram encontradas lesões macroscópicas nem histológicas de significação. Conclui-se que as intoxicações por plantas são uma causa importante de perdas econômicas para a região, cuja população é de 53.473 bovinos, 4.799 caprinos, 9.149 ovinos e 7.060 equídeos.