A indústria têxtil brasileira tem enfrentado forte competição por parte de produtos importados a baixos preços da China e de outros países do Extremo Oriente. Para que possam manter a sua habilidade de competir no mercado local, as empresas têxteis brasileiras têm procurado adotar uma estratégia defensiva por meio da busca da diferenciação em seus produtos. Isso vem sendo obtido por meio do desenvolvimento de novos produtos de maior qualidade e de menor custo como decorrência da utilização de novas tecnologias em equipamentos de fabricação. De maneira geral, essas novas tecnologias têm sido transferidas para as empresas brasileiras por fabricantes internacionais de equipamentos têxteis. Assim, este artigo objetiva contribuir para aumentar a competitividade das indústrias têxteis brasileiras para enfrentar as difíceis condições atuais do mercado local por meio da adição de conhecimentos teóricos e de direcionamentos práticos que permitam a elas incrementar a efetividade de seus processos de transferência de tecnologia (TT). Para essa finalidade, realizou-se uma avaliação exploratória de quatro empresas produtoras de tecidos, nas quais tais projetos internacionais de TT tenham sido recentemente efetivados, utilizando-se como framework o modelo Stage-gate de transferência de tecnologia proposto por Jagoda, Maheshwari e Lonseth (2010). Como resultado dessa análise, foi possível identificar similaridades e dissimilaridades entre as práticas de transferência de tecnologia empregadas pelas quatro empresas avaliadas, bem como demonstrar que a utilização de um processo de TT, usando como referencial um modelo Stage-gate, poderia ser empregado para implementar melhorias significativas nas práticas de TT das empresas têxteis brasileiras e, com isso, auxiliá-las no seu árduo esforço para competir eficazmente contra as importações de baixo custo.
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