A capital catalã se tornou amplamente conhecida, seja através do modelo Barcelona sob os auspícios do planejamento estratégico adotado, seja pelo fascínio evidenciado pelos Jogos Olímpicos de 1992. Ao sediar o megaevento esportivo Barcelona’92, a cidade espanhola expôs o poder argumentativo e o panorama factível da consecução de megaprojetos de regeneração urbana em curto período de tempo. Nesse sentido, esta pesquisa procura mapear e analisar as possíveis implicações socioespaciais resultantes do processo de planejamento para a estruturação e apropriação do espaço urbano. Objetiva-se, portanto, desvendar as contradições socioespaciais encobertas pelo imaginário e aparato ideológico pautados em Barcelona’92. Explora-se, assim, a relação entre megaeventos esportivos e o desalojamento de comunidades, bem como a histórica implicação desse fenômeno sobre a estrutura socioespacial de Barcelona. Para tanto, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental foram contempladas por meio de diversas fontes, tendo em vista explicitar a emblemática questão das remoções pari passu com as transformações urbanas na cidade de Barcelona. Além disso, entrevistas abertas e semiestruturadas foram conduzidas entre os anos de 2011 e 2016. Dado o êxito de planejamento estratégico catalão, as preparações para o Barcelona’92 atingiram diversas famílias, por meio da construção de empreendimentos desportivos e de transformação urbana. Em se tratando de remoções, 624 famílias foram impactadas, ou seja, desalojadas das áreas designadas.
 Palavras-chave: Barcelona; Megaeventos; Remoções; Planejamento urbano estratégico; Comunidades.