Objetivo: Descrever as alterações nas funções do sistema estomatognático de indivíduos que sofreram queimaduras em face e/ou pescoço. Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. A pesquisa foi realizada por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e busca manual, utilizando-se os descritores: queimadura (burn), deglutição (deglutition), mastigação (mastigation), respiração (respiration), fala (speech), sucção (sucking, suction). Foram selecionados artigos publicados entre 2008 e 2018 que descreveram funções estomatognáticas após queimaduras em face e/ou pescoço. Para análise, foram extraídas informações quanto ao número de participantes, sexo, idade, etiologia e grau da queimadura, superfície corporal queimada e características de funções estomatognáticas pós-queimadura. Resultados: Dos 377 artigos identificados nas bases de dados, oito foram selecionados. Além destes, três foram selecionados por meio de busca manual, totalizando a inclusão de 11 artigos. A maioria dos participantes era do sexo masculino, com idade entre dois e 85 anos. Foram descritas queimaduras com superfície corporal queimada entre cinco e 80%, de primeiro a terceiro grau, sendo a maioria queimadura térmica. Seis artigos descreveram alteração na deglutição, cinco relataram alteração na respiração, três na articulação da fala, dois na mastigação e dois referiram comprometimento da mímica facial. Nenhum citou alteração na sucção. Conclusão: As alterações no sistema estomatognático decorrentes de queimaduras em face e/ou pescoço mais descritas na literatura analisada foram relacionadas à deglutição e à respiração, especialmente devido a edema pós-queimadura e restrição de mobilidade causada por hipercicatrização. Alterações na fala, mastigação e mímica facial também foram observadas.
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