O objetivo deste artigo foi verificar o conteúdo informacional da proposta e deliberação de Planos de Opção de Compra de Ações, internacionalmente conhecidos como Employee Stock Options Plans (ESOP), no mercado de capitais brasileiro para o período compreendido entre julho de 1994 e março de 2007. Para tanto, utilizou-se da metodologia de estudo de eventos, segmentando-se a amostra de empresas que adotaram ESOP no período em carteiras segundo critérios de elegibilidade dos beneficiários dos planos e poder de barganha dos gestores. Com base nos testes não-paramétricos realizados (Sign Test e Wilcoxon Rank Sum Test), verificou-se que a convocação da assembléia que deliberou sobre os planos e a deliberação dos mesmos pelas empresas não proporcionou retornos anormais positivos. Pelo contrário, os retornos após tais eventos foram, em geral, negativos, em conformidade com hipóteses teóricas segundo as quais planos de opção de ações aumentam a propensão ao risco dos gestores, influenciam negativamente a política de dividendos e incentivam o gerenciamento, pelo gestor, de informações ao mercado. Houve ainda indícios de que a delimitação dos beneficiários elegíveis para o plano de opção de compra de ações influencia na percepção do mercado e, por consequência, na intensidade do retorno. Quando houve a possibilidade do benefício ser estendido a todos os empregados, o impacto no retorno das ações foi ainda mais negativo. Tal comportamento poderia ser explicado por outro efeito colateral dos planos: a diluição excessiva provocada na participação acionária e o custo elevado da adoção de tal políıtica. Dessa forma, a pesquisa corrobora a ideia de que a adoção de tais planos em ambientes com baixo nível de governança gera efeitos contrários aos pretendidos, provocando desalinhamento de interesses e destruição de valor.