Resumo O objetivo deste trabalho foi avaliar a interação entre sistemas produtivos e estações do ano sobre a qualidade do leite bovino. Três propriedades foram avaliadas mensalmente, durante as estações, em quatro graus de especialização dos sistemas de produção: altamente especializado, especializado, semiespecializado e não especializado. Em termos de qualidade do leite, consideraram-se os teores de gordura, proteína, sólidos totais, contagem de células somáticas, contagem bacteriana total, acidez titulável em graus Dornic, densidade, índice crioscópico, estabilidade ao alizarol, potencial de hidrogênio (pH) e teste de redução do azul de metileno. Além destes, devido à sua importância para o rendimento industrial dos produtos lácteos de base proteica, foi realizado o fracionamento da proteína total do leite em equivalente proteico do nitrogênio não proteico, da proteína verdadeira e da caseína. A acidez Dornic foi maior na primavera e no inverno, enquanto os valores mais elevados de contagem de células somáticas foram no verão. Os teores de proteína total e proteína verdadeira foram menores durante o verão e elevaram-se os sólidos totais no outono. Com a diminuição dos níveis de especialização das propriedades rurais, observaram-se aumento na contagem bacteriana total e diminuição do nitrogênio não proteico. A densidade apresentou comportamento inverso ao da gordura, enquanto o potencial de hidrogênio (pH) se expressou de modo antagônico à acidez titulável. Na análise multivariada dos dados, foi possível identificar as combinações entre estratos produtivos e estações do ano que apresentavam a melhor qualidade da proteína do leite. Nesse sentido, todos os arranjos de sistemas de produção com o outono, o sistema altamente especializado no inverno, o semiespecializado no verão e o especializado na primavera tiveram qualidade proteica positiva, destacando-se pelas menores contagens de células somáticas a combinação entre a estação primavera e o sistema semiespecializado de produção.