O processo de urbanização brasileiro foi historicamente marcado pela desigualdade socioespacial, perceptível na implantação de empreendimentos habitacionais de interesse social (EHIS) em zonas desprovidas de infraestrutura e serviços urbanos. Com o intuito de analisar como a problemática da segregação socioespacial, definidas por fatores locacionais e de acesso aos equipamentos e infraestruturas urbanas, afetam a qualidade urbana e a percepção do lugar por parte do usuário, este artigo apresenta um estudo realizado em três empreendimentos habitacionais de interesse social (EHIS) no município de Indaiatuba (SP), implantados sob diferentes políticas de desenvolvimento urbano. Com o objetivo de contextualizar os estudos de caso, foi realizada uma análise dos planos diretores de Indaiatuba sob a ótica do zoneamento e produção habitacional de interesse social. Na realização desta pesquisa foram utilizadas técnicas de avaliação pós-ocupação (APO), com a aplicação de questionários estruturados no formato de entrevistas presenciais, assim como, registros em campo por meio de levantamentos fotográficos, visando aferir o nível de satisfação dos moradores em relação aos aspectos de localização e conectividade. Verificou-se que o desenvolvimento de atividades sociais urbanas e os espaços públicos disponíveis para essas práticas influenciam a visão que os moradores têm de seu bairro, portanto questões relativas à conectividade assumem um papel fundamental na construção dessa imagem. A contribuição deste trabalho está na correlação entre as características avaliadas na APO e as diretrizes apresentadas nos planos diretores, de modo que a APO possa ser um balizador para correção e direcionamento das proposições dos próximos instrumentos de desenvolvimento urbano.
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