Este artigo tem como eixo central compreender as práticas do fumar através das narrativas de pacientes que tiveram câncer de boca. Utilizamos a história de vida como recurso metodológico para este fim, por ser o testemunho da experiência vivida pelo sujeito. Analisaremos as narrativas de cinco sujeitos escolhidos entre um universo de 30 pacientes portadores de câncer de boca, com idade superior a 50 anos, moradores da zona rural, que foram atendidos em um hospital de Fortaleza. O hábito de fumar teve início muito cedo em suas vidas, pela busca do prazer proporcionado pelo tabaco, influenciados por vezes pela própria família, pela cultura local, pela imagem lisonjeira sugerida pela publicidade, ou ainda para aliviar a dor e a fome. A doença surge, e com ela o sofrimento, o estigma, a cirurgia, as seqüelas, as mudanças físicas. Trabalhadores da roça, sofridos, com fome, excluídos da sociedade, essa é a sua imagem.
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