A elevação do risco de contaminação pelo vírus da artriteencefalite caprina (CAEV) em rebanhos caprinos nativos e sem raça definida (SRD) tem sido verificada paralelamente à introdução de caprinos de raças exóticas no Brasil, o que motivou a realização deste levantamento epidemiológico no Estado do Ceará. Para o diagnóstico da infecção pelo CAEV, utilizou-se a microtécnica de imunodifusão em gel de ágar. Foram pesquisadas 4019 amostras de soro caprino em 30 municípios do Ceará. A prevalência da infecção pelo CAEV verificada foi de 1% (40/4019 animais), sendo a maior prevalência (11,1%) na região metropolitana de Fortaleza. Analisando a distribuição de animais soropositivos nos municípios pesquisados, constatou-se que um terço dos municípios (10/30) apresentaram pelo menos um animal soropositivo. Verificou-se maior prevalência (p<5%) nos caprinos mais velhos quando comparados com os jovens. A análise por sexo e composição do rebanho mostrou que os machos estavam estatisticamente mais afetados (p<5%). Considerando-se o grau de sangue, 5,02% de raças puras e 0,12% de animais mestiços apresentavam anticorpos contra CAEV. Dentre os soropositivos, a raça Parda Alpina foi estatisticamente mais afetada (p<5%). Com base nos resultados, pode-se verificar que o lentivírus de pequenos ruminantes já se encontra disseminado nas várias regiões do Ceará e que, provavelmente, os reprodutores sejam a principal fonte de transmissão viral entre os rebanhos nativos/SRD.