Introdução: Medidas psicofisiológicas do sistema nervoso autônomo em resposta a tarefas auditivas podem fornecer um meio de quantificar os efeitos do esforço auditivo. Objetivo: Comparar a modulação parassimpática da frequência cardíaca em situações de escuta distintas e determinar se a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um índice psicofisiológico sensível para mensurar o esforço auditivo. Método: Estudo piloto, observacional, transversal e prospectivo. Participaram 14 adultos normo-ouvintes, de ambos os sexos e com idade entre 18 e 30 anos. Estes responderam a anamnese e realizaram audiometria tonal limiar para verificação de limiares auditivos. Para o registro da VFC, colocou-se a cinta do cardiofrequencímetro na região do processo xifoide e este registro foi coletado por 10 minutos para três situações distintas: “repouso”, “recuperação pós-reconhecimento de sentenças no silêncio” e “recuperação pós-reconhecimento de sentenças no ruído”. O reconhecimento de sentenças foi realizado utilizando-se duas listas de sentenças, de forma randomizada, binaural, nas situações de escuta silêncio e na relação sinal/ruído de -5 dB e, também foi registrada VFC por um período de dois minutos. Aplicou-se o teste de ANOVA de medidas repetidas seguido pelo pós-teste de Bonferroni para comparar o índice de RMSSD nos diferentes momentos de registro da VFC. Resultados: A análise estatística demonstrou que não houve diferença significante do registro da VFC nos diferentes momentos, inclusive durante a tarefa de reconhecimento de sentenças no ruído, considerada a tarefa mais árdua. Conclusão: Para esta amostra, o registro da VFC não foi considerado um índice sensível para a mensuração do esforço auditivo.
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