Há mais de um século, a viticultura deixou de ser a cultura de uma espécie ou uma variedade de videira, e passou a ser o cultivo de uma planta composta de dois genótipos: um para gerar o sistema radicular e o outro para produzir os frutos. Para se adaptar a essa nova realidade, a cadeia produtiva da uva e seus derivados tem desenvolvido estudos e pesquisas que vão desde o momento da enxertia até a degustação do vinho. Apesar do grande número de estudos sobre a influência dos porta-enxertos sobre o desempenho de variedades copa, muitos processos dessa interação ainda são desconhecidos. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes porta-enxertos sobre a concentração de compostos fenólicos de vinhos das variedades Cabernet Sauvignon e Merlot, produzidos no Planalto Sul de Santa Catarina, Brasil. Para tanto, foram testados, além do P1103, os porta-enxertos 3309C e 101-14Mgt. Os experimentos foram conduzidos nos municípios de Painel (28°01’S, 50°08’W e 1.200 m) e São Joaquim (28°14’S, 49°58’O e 1.300 m), nas safras 2015, 2016 e 2017. Foram avaliadas as concentrações de compostos flavonoides e não-flavonoides nos vinhos. Os porta-enxertos influenciam na composição fenólica dos vinhos. O porta-enxerto 3309C aumenta a concentração de compostos flavonoides nos vinhos, em relação ao porta-enxerto tradicionalmente usado nos vinhedos do Planalto Sul de Santa Catarina.
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