Igiaba Scego (Rome 1974-) appartient à la seconde génération d’auteures italo-somaliennes. L’article se concentre sur son essai Roma negata, Percorsi postcoloniali nella città publié en 2014, et montre que l’itinérance dans la ville de Rome proposée par l’auteure n’a rien d’une simple visite touristique mais relève d’une démarche éthique visant à informer les Italiens de la persistance, encore de nos jours, d’un héritage du colonialisme dans leur sensibilité, et leur vécu quotien. La déambulation de Scego dans Rome s’apparente au nomadisme qui rappelle la culture maternelle, et focalise l’attention sur les corps humains et les monuments de Rome, en mettant en relation les temps passés de l’époque coloniale au temps présent de l’histoire italienne. Ce faisant, Scego déconstruit la perception habituelle de Rome et reconstruit, par une opération de décentrement du regard, une cartographie de la capitale, émotive et engagée, postcoloniale.Mots-clés : Igiaba Scego. Rome. Nomadisme. Écriture éthique. Vision postcoloniale. Roma negata.***Roma negata de Igiaba Scego: o nomadismo ético de uma escritora migrante de segunda geração***Igiaba Scego (Roma, 1974) pertence à segunda geração de autores ítalo somalis. O artigo concentra-se em seu ensaio Roma negata, Percorsi postcoloniali nella città, publicado em 2014, mostrando que a itinerância pela cidade de Roma proposta pela autora não tem nada de uma simples visita turística, mas está ligada a uma atitude ética que visa a revelar a persistência do colonialismo na maneira de agir e nas vivências cotidianas dos italianos. A deambulação de Scego em Roma aparenta-se ao nomadismo próprio à sua cultura materna. Ao focalizar-se nos corpos humanos e nos monumentos de Roma, a autora estabelece ligações entre o presente e o passado colonial. Desse modo, Scego desconstrói a percepção habitual de Roma e reconstrói, por uma operação de descentramento do olhar, uma cartografia emotiva e engajada da capital pós-colonial.