Este trabalho tem como objetivo averiguar que condições de uso implicam mais desvios relativamente ao emprego do Pretérito Perfeito Simples (PPS) e do Pretérito Imperfeito (PI) por aprendentes chineses de PLE, de nível A2 (QECRL), com L1 cantonês, procurando encontrar algumas explicações para a sua ocorrência. A análise, quantitativa e qualitativa, parte do contraste entre o português e o cantonês quanto à marcação do tempo e do aspeto e descreve os desvios mais frequentes num corpus de produções escritas dos estudantes. Face a alguns resultados inesperados, procedeu-se também a uma verificação de ocorrências do Presente em vez do PPS e do PI, como forma de confirmar ou não, possíveis explicações. Os resultados indicam que não parece haver uma transferência direta do valor dos marcadores aspetuais perfetivos e imperfetivos do cantonês para a utilização do PPS e do PI ou do Presente, mas uma transferência da concetualização perfetivo/imperfetivo no cantonês, independentemente do tempo.