Objetivo: apresentar os transtornos somatoformes mais comumente observados na clínica médica diária, relacionando-os com a atual situação de pandemia da COVID-19. Métodos: foi realizada uma revisão bibliográfica descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa, utilizando os bancos de dados PubMed, LILACS, SciELO e ScienceDirect; com os seguintes descritores: Somatização, Transtornos Somatoformes, Psicossomática, Hipocondria, Transtorno neurovegetativo, Dor crônica, Pandemia, Epidemia, COVID-19, Coronavírus e o boleano AND. Foram incluídas 18 referências no total. Resultados: A situação de pandemia e as medidas mais efetivas de contenção da doença, que são o isolamento e o distanciamento social, geram novos fatores estressantes aos indivíduos e estimulam o aparecimento ou o agravamento de transtornos somatoformes. Tais transtornos são divididos pela CID-10 em sete subtipos, que têm em comum sinais e sintomas somáticos sem explicação médica e provocam prejuízo no funcionamento cotidiano do indivíduo. É esperado que a incidência e prevalência dos transtornos somatoformes aumentem com a pandemia, e perdurem mesmo após a resolução da crise. Conclusões: É de grande importância que, diante do quadro pandêmico da COVID-19, os pacientes com transtornos somatoformes recebam uma atenção integral e apropriada, que considere os fatores biopsicossociais e espirituais próprios de cada indivíduo. Para tanto, é fundamental que os profissionais da saúde saibam reconhecer tanto as características específicas da doença quanto sua associação ao atual cenário, para que seja feito o diagnóstico e o tratamento adequados.