Propomo-nos neste trabalho a analisar, sob a perspectiva da teoria mimética de René Girard, conforme exposta por Kirwan (2015) e Golsan (2014), enunciados que manifestam um dos discursos que operaram justificativas para o processo de impedimento da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff: o apaziguamento da sociedade. Dentro da perspectiva de análise da interdiscursividade de Maingueneau (2008) e do discurso político de Charaudeau (2016), percebemos que foi operado um discurso de apaziguamento social, inclusive em enunciados jornalísticos, típico do mecanismo do “bode expiatório”, dentro de uma formação discursiva antipetista, manifestado em três enunciados que analisamos aqui: o discurso de posse do presidente interino Michel Temer em 12 de maio de 2016, a fala do juiz responsável pela Operação Lava Jato Sérgio Moro em 11 de maio de 2016 e a capa da revista semanal IstoÉ (número 2424, de 25 de maio de 2016).