No início da década de 1980, a política centrada em classes da tradição socialista estava em crise, e comentadores importantes adotaram tons apocalípticos. No final da década, a esquerda permanecia profundamente dividida entre os advogados da mudança e os defensores da fé. Em meados dos anos 1990, os primeiros tinham, de modo geral, ganhado a batalha. O artigo busca apresentar essa mudança contemporânea não como a 'morte da classe', mas como o desaparecimento de um tipo particular de sociedade de classes, marcado pelo processo de formação da classe trabalhadora entre os anos 1880 e 1940 e pelo alinhamento político daí resultante, atingindo seu apogeu na construção social-democrata do acordo do pós-guerra. Quando mudanças de longo prazo na economia se combinaram com o ataque ao keynesianismo na política de recessão a partir de meados da década de 1970, a unidade da classe trabalhadora deixou de estar disponível da forma antiga e bastante utilizada, como o terreno natural da política de esquerda. Enquanto uma coletividade dominante da classe trabalhadora entrou em declínio, outra se corporificou de modo lento e desigual para tomar o lugar daquela. Mas a unidade operacional dessa nova agregação da classe trabalhadora ainda está, em grande parte, em formação. Para recuperar a eficácia política da tradição socialista, alguma nova visão de agência política coletiva será necessária, uma visão imaginativamente ajustada às condições emergentes da produção e acumulação capitalista no início do século XXI.
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