Os estereótipos são formas de pressupostos linguistico-discursivos mais ou menos padronizadas que circulam na sociedade, orientados pela cultura. Em geral, aparecem nas práticas de humor por ser uma modalidade na qual o jocoso permite que o discurso seja livre e aberto a quaisquer colocações semânticas. É nesse sentido que os estereótipos compreendem as formas humorísticas a fim de retratar o ridículo ou o diferente em vários aspectos. A importância deste estudo se dá pela investigação de como esses estereótipos apontam o humor ao mesmo tempo em que se consolidam ainda como preconceitos na sociedade. Sendo assim, partiu-se para uma investigação para a depreensão da construção e divulgação dos estereótipos e a influência desses na produção de humor da mídia nacional, em programas televisivos de humor, e evidenciar a influência dessa imagem na sociedade brasileira. Como aporte teórico, utilizou-se a teoria da semântica do humor de Raskin (1944), os postulados de Bobbio (2011), referente aos mais diversos tipos de preconceitos, defendendo a ideia de que há duas formas de preconceito: o individual e o coletivo, sendo este último o objeto de investigação deste estudo, pois pretende explicar por que o humor é construído sobre alguns estereótipos que são compartilhados socialmente e o discurso das mídias como mecanismo de persuasão, na obra de Charaudeau (2006). Foram feitas transcrições dos programas televisivos e análise discursivas para verificar a incidência da crítica humorística respaldada nos moldes estereotipados. Como resultado, pode-se constatar que em todos os programas selecionados a presença do estereótipo se fazia presente considerando os modelos: pobre, gay, gago, gordo e deficientes. Observou-se, pois, um modelo socialmente constituído dentro dos estereótipos clássicos, o que permitiu concluir que o humor é também cercado de preconceitos, um reflexo da visão da sociedade, que embora perceba esses modelos, ri e se diverte sobre tais condições.