INTRODUCAO: Cerca de 30% dos pacientes com cardiomiopatia hipertrofica obstrutiva tem uma obstrucao dinâmica do trato de saida do ventriculo esquerdo (TSVE). Pacientes sintomaticos sao tratados com agentes inotropicos negativos, entretanto alguns pacientes nao respondem a terapia medicamentosa. A miectomia cirurgica foi, ate a decada de 1990, o tratamento padrao para esses pacientes. A ablacao septal percutânea com alcool (ASA) foi introduzida como terapia alternativa menos invasiva. Este estudo teve como objetivo avaliar a evolucao clinica de pacientes submetidos a ASA em nosso centro METODO: Foram incluidos sete pacientes com cardiomiopatia hipertrofica obstrutiva, analisando-se os sintomas, os gradientes intraventriculares e a qualidade de vida antes e depois da ASA. O acompanhamento medio foi de 3,3 ± 1,8 anos RESULTADOS: Houve melhora significativa da classe da New York Heart Association (NYHA) durante o acompanhamento clinico. O gradiente medio do TSVE antes da ASA, em repouso, foi de 67 ± 22 mmHg, e com a manobra de Valsalva foi de 131 ± 27 mmHg. Na evolucao tardia, o gradiente medio do TSVE, em repouso, foi de 33 ± 37 mmHg e com a manobra de Valsalva, 37 ± 47 mmHg. O consumo maximo de oxigenio foi de 14,7 ml/min antes da ASA e durante o acompanhamento aumentou para 25,4 ml/min CONCLUSAO: Em nosso estudo, a ASA foi um tratamento seguro e eficaz para a cardiomiopatia hipertrofica obstrutiva, propiciando alivio substancial dos sintomas e da obstrucao do trato de saida, e melhora da capacidade de exercicio e da qualidade de vida, com baixas taxas de complicacoes.