Introducao: O papel desempenhado pelas atitudes educativas parentais no desenvolvimento e comportamento na adolescencia tem sido amplamente suportado, surgindo um interesse pela sua pesquisa nao so enquanto fator protetor, mas tambem como fator de risco para alguns desvios e problemas de saude mental. A presente investigacao foi concebida com o intuito de analisar a associacao entre as percecoes das atitudes parentais e a manifestacao de problemas de comportamento no adolescente, pretendendo contribuir com subsidios para a melhoria do conhecimento dos profissionais (de saude e em escolas) que trabalham com adolescentes e seus pais. Metodologia: A qualidade das atitudes dos pais foi considerada a partir da intensidade das percecoes do afeto e das praticas parentais, enquanto a esfera comportamental incluiu comportamentos, de natureza internalizada e externalizada, reportados pelos adolescentes sobre as suas proprias acoes e sentimentos. O protocolo de recolha de dados e composto por um questionario de caracterizacao sociodemografica (tendo em consideracao variaveis demograficas como a idade, sexo, localidade de residencia, reprovacoes, coabitacao e nivel socioeconomico), pela adaptacao portuguesa do Youth Self-Report (YSR) e pelo Inventario de Percecoes adolescentes (IPA) adaptado por Fleming em 1997. A amostra incluiu 409 adolescentes de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos (M = 14.93), de varias escolas e instituicoes dos distritos de Portalegre e de Evora. Resultados: Os resultados sugerem, de um modo geral, que as percecoes positivas dos adolescentes sobre as atitudes parentais se relacionam inversamente com a manifestacao de problemas de comportamento nas suas duas dimensoes, internalizados e externalizados. Foram encontradas diferencas significativas em funcao da idade e do sexo. Conclusoes: Sao referidas implicacoes em termos de intervencao dos profissionais com os adolescentes e principalmente com os seus pais.