O estudo das rochas ígneas é de especial interesse nas bacias sedimentares produtoras de hidrocarbonetos pela possibilidade de constituírem reservatórios vulcânicos não convencionais. Na Bacia de Campos, situada na margem continental sudeste do Brasil, os campos de Badejo e Linguado produzem a partir de reservatórios vulcânicos fraturados que se constituem no seu embasamento econômico. São derrames de rochas básicas, vesiculares, fraturados e intercalados por intertraps arenosos. Estes campos produtores são offshore e o reservatório não convencional encontra-se a grandes profundidades, submerso, dificultando o entendimento tanto do modelo bem como do sistema permo-poroso responsável pela acumulação do hidrocarboneto. Assim, há necessidade de um modelo análogo em superfície que permita a visualização e o entendimento do reservatório e das feições permo-porosas. A Formação Serra Geral (vulcanismo do Cretáceo da Bacia do Paraná) é considerada como o modelo análogo para reservatórios vulcânicos fraturados. Com base no estudo de afloramentos de rochas vulcânicas dessa formação nas regiões do Salto do Jacuí e Torres, no estado do Rio Grande do Sul e no emprego de técnicas petrográficas, geoquímicas, de difratometria de raios X e de microscopia eletrônica de varredura é proposto um modelo análogo. No presente modelo, falhas, fraturas, vesículas e microfraturas constituem o sistema permo-poroso e permitem o entendimento de diversos reservatórios não convencionais em sub-superfície, especialmente os vulcânicos.