A alta prevalencia de doencas ocupacionais e um problema de saude coletiva com um alto custo economico e social. Existem evidencias de que as doencas ocupacionais sao determinadas por diversos fatores associados a organizacao do trabalho em si e a fatores psicossociais. Existem poucos servicos de reabilitacao profissional e os resultados destas acoes raramente sao avaliados. O presente estudo examina a relacao entre fatores clinicos, demograficos e psicossociais e retorno ao trabalho em uma populacao de 425 trabalhadores atendidos por um servico de reabilitacao profissional. Esta pesquisa e um estudo de corte-transversal, documental, realizado em uma amostra nao-probabilistica, com os dados oriundos dos prontuarios destes trabalhadores atendidos entre novembro de 2007 a setembro de 2008, em um servico de reabilitacao profissional. Os dados foram analisados utilizando os programas estatisticos SPSS-14 e STATA. Para caracterizar a populacao foram utilizadas analises estatisticas descritivas (media, DP, I/C) e, para comparar os grupos e examinar a contribuicao das variaveis biopsicossociais para retorno ao trabalho, foram utilizados os testes Qui-quadrado, teste t, ANOVA e regressao logistica multipla. Os resultados sugerem que nao ocorreram diferencas significativas entre os trabalhadores atendidos que retornaram ao trabalho e os que nao retornaram nas variaveis idade, genero, intensidade da dor, local da dor e tempo de afastamento. Por outro lado, os fatores tempo de trabalho, salario, niveis de incapacidade e depressao contribuiram para o nao retorno ao trabalho nesta populacao. Os resultados obtidos fazem sentido clinicamente e sao importantes do ponto de vista preventivo e de tratamento, alem de serem suportados pela literatura.