A democracia na Nigéria, sem dúvidas, ganha impulso recentemente. Este desenvolvimento coincide com uma era de maior acesso à informação pelas massas, cortesia da nova mídia e suas inúmeras plataformas e oportunidades de comunicação. Hoje, cada membro do público que está conectado a nova mídia pode não apenas acessar informação, como também criar e compartilhar as mesmas nas várias plataformas de consumo em massa. Democracia, que implica na participação popular no processo de governança, se beneficia imensamente desta tendência. Este estudo explora o papel que a nova mídia desempenha na consolidação da democracia no país, com grande atenção nos canais de comunicação das eleições gerais de 2015, quando a nova mídia defendeu a divulgação de informações sobre as eleições, e as consequências do período eleitoral que preparou o caminho para a administração atual. Ancorado na Teoria da Responsabilidade Social, o estudo questiona até que ponto as novas plataformas de mídia liberalizam o processo de comunicação política no país, além das oportunidades e ameaças que elas abrigam à consolidação democrática. O argumento central da pesquisa é que a nova mídia se apresenta como uma ferramenta útil nas mãos de ativistas e cidadãos interessados em participar do governo e de efetivamente desempenharem o papel de vigilantes, um privilégio que, até agora, estava longe da realidade. Existem, entretanto, vários abusos que, infelizmente, ameaçam desperdiçar as oportunidades da plataforma, tais como prevalência de ódio e discursos perigosos, aumento na intensidade de mentiras, erros, falsidade e propaganda negativa, além do uso de seções de comentários para atacar, intimidar e demonizar os outros debatedores de questões políticas levantadas nas notícias, através de inúmeras plataformas online. Por fim, o artigo recomenda uma ‘cautelosa’ incorporação das novas mídias no processo democrático para abrir caminho a uma maior participação.
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