O presente trabalho discute ocorrências e posicionamento estratigráfico dos fósseis das formações Corumbataí e Estrada Nova, incluindo espongiários (espículas), ostracodes, microvertebrados (dentes e escamas de paleoniscídeos), estromatólitos, oogônios de carófitas e bivalves que compõem as associações fossilíferas presentes nessas formações. A análise micropaleontológica permitiu: 1) classificar espículas de espongiários como oxeas monoxônidas características da Classe Demospôngia da Ordem Haplosclerida; 2) identificar dezesseis gêneros e vinte e três espécies novas de ostracodes, com base na morfologia externa da carapaça; 3) identificar dez morfotipos de ictiodontes e quatro tipos de escamas de paleoniscídeos; 4) descrever ocorrência de oogônios de carófitas, com os espécimes isolados, pela primeira vez, da rocha matriz. Considera-se a possibilidade das carófitas serem fósseis-índices do topo do Membro Teresina da Formação Estrada Nova, pois apresentam posição estratigráfica restrita e ampla distribuição geográfica. O estudo dos bivalves foi estendido para áreas pouco conhecidas, incluindo as regiões de Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Porangaba, Angatuba, Guareí, Taguaí e Fartura para mostrar que o zoneamento bioestratigráfico proposto para a região de Rio Claro é válido também para outras áreas de São Paulo. As biozonas apresentam ampla distribuição geográfica como no caso da Zona Pinzonella neotropica-Jacquesia brasiliensis que vai do nordeste ao sudoeste do Estado. As características litológicas, petrográficas e estruturas sedimentares associadas às feições tafonômicas e paleoecológicas dos bioclastos mostraram que a maioria dos fósseis das formações Corumbataí e Estrada Nova não correspondem a deposições in situ, mas foram transportados e redepositados durante sucessivos eventos de tempestades.