Esta pesquisa visa identificar as possíveis conexões entre a cultura das "rezadeiras" (curandeiros tradicionais) e o ensino de matemática. Como fundamentação teórica, utilizamos a Etnomatemática e a Modelagem Matemática, o que nos permitiu estabelecer conexões entre o conhecimento matemático advindo de um grupo cultural e o conhecimento produzido academicamente por meio da Etnomodelação, que é a abordagem metodológica norteadora deste estudo. Adicionalmente, utilizamos os métodos da narrativa por meio de entrevistas para coletar os dados que subsidiaram os achados deste artigo. A entrevistada é uma mulher negra residente no Recôncavo da Bahia que trabalhou por muito tempo como rezadeira. Ao conversar com ela, identificamos como a Matemática está presente nas práticas de cura e como esse conhecimento matemático cultural pode ser utilizado para conteúdos matemáticos em sala de aula. Os grandes destaques nessas condições são o ensino de conjuntos por indicação de chá e o ensino de Estatística por meio da pesquisa e produção de dados pelos alunos, capacitando-os a serem protagonistas na construção de seu conhecimento.
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