OBJETIVO: investigar a relação dos tipos de estratégias de reparo utilizadas nas consoantes líquidas do Português Brasileiro de acordo com a faixa etária e a gravidade do desvio fonológico. MÉTODOS: participaram do estudo 120 crianças, sendo 41 do sexo feminino e 79 do masculino, com idades entre quatro e oito anos e onze meses. Todas as crianças empregavam pelo menos uma das estratégias envolvendo alguma das consoantes líquidas (/l/, /<img src="/img/revistas/rcefac/2010nahead/a44-10car01.jpg" align="absmiddle" />/, /r/, /R/) - substituição, semivocalização e/ou omissão - com emprego de 40% ou mais da estratégia no sistema fonológico. Os dados foram extraídos das avaliações fonológicas de crianças que não haviam recebido terapia fonológica, e a gravidade do desvio fonológico foi determinada por meio do Cálculo do Percentual de Consoantes Corretas - Revisado. Os dados foram submetidos à análise estatística por meio do Teste Exato de Fisher, com p<0.05. RESULTADOS: não houve diferença no emprego das estratégias de reparo utilizadas para a classe das líquidas conforme a faixa etária. Porém, foram observadas diferenças estatísticas na comparação entre a gravidade do desvio e estratégias de reparo das líquidas em relação a alguns dos segmentos e estratégias estudadas. CONCLUSÃO: conclui-se que a variável extralinguística, faixa etária, não está diretamente relacionada com a utilização de estratégias de reparo para as consoantes líquidas no desvio fonológico. No entanto, atenta-se para a influência da gravidade do desvio fonológico sobre o uso destas estratégias, que varia conforme o segmento-alvo.